É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos.
E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém,
que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais
conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu
achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade
perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a
gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa
ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi
fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto.
Caio Fernando de Abreufonte pensador uol
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